É sem duvida notável a quantidade de pessoas que acorreu e, vem acorrendo, ao novo espaço comercial e radiofónico da ilha.
Fenómeno que não sendo novo, pois já ocorreu aquando da inauguração da primeira grande superfície que por cá nos apareceu. É, por isso, mais interessante, já que a mais lógica explicação de "novidade", se desvanece, ou pelo menos fica grandemente enfraquecida.
Se não é pela novidade, o que mais pode levar o povo terceirense a acorrer, em tão grande numero, a algo que não está directamente ligado a uma festa? Já que me parece que nos casos com componente festiva a nossa aparição não necessita de justificação lógica, pois é mais, uma questão genética.
Não me parece que seja pelos "preços baixos". Apesar de os tempos serem difíceis para todos e de um bom negócio ser sempre apetecível , melhor negócio, em tempos difíceis é, não comprar, em vez de comprar algo que não é essencial, por muito barato que seja. Além disso já existem cá há algum as lojas chinesas e apesar de muito concorridas, não têm à porta multidões necessitando escolta policial, e, em matéria de preços baixos...estamos conversados.
Pode-se dizer que comprar nos chineses acarreta um pouco de "envergonhamento" e por isso se faz mais dissimulado. Mas, se repararem poucos parecem admitir que já foram ao novo espaço comercial, ou admitindo, afirmam peremptoriamente que o fizeram numa "altura boa" em que quase ninguém lá estava (além de terem conseguido um negócio tão favorável que não o trocavam pelo primeiro prémio do Euromilhões). Isto porque se o próprio espaço não acarreta o envergonhamento, o facto de se esperar horas para entrar e outras tantas para sair, envergonha qualquer um.
Será que a multidão se pode explicar pela importância do acontecimento? Não me parece. Primeiro, porque seria deprimente, e depois, porque me lembro que uma das criticas populares que se ouvia depois da visita de Sua Santidade, o Papa João Paulo II, era que aqui na Terceira não tínhamos acorrido em numero suficientemente grandioso ao acontecimento. Critica que foi muito fomentada pelas imagens televisivas da recepção a Sua Santidade na ilha de S. Miguel.
No entanto, nesse menor aparecimento da massa popular aquando da visita papal, pode estar a explicação para a multidão que se gera à volta das inaugurações das superfícies comerciais. Pois, se bem me lembro, na altura sustentava-se que a tão grande propaganda de segurança militarista, que aqui se fez sentir, antes da visita do papa, dando a entender um controle total e quase bélico, não fossemos nós fazer mal ao "homem", tinha de certo modo assustado as pessoas e levado a que muitas ficassem nas bermas da estradas a ver passar o papa, ao invés de acorrer ao encontro que foi fomentado.
Acho que é isso...é tudo uma questão de propaganda. Nós somos muito sugestionáveis.
Por isso resta-me dar um conselho, não ás superfícies comerciais, porque essas de publicidade entendem, mas sim, à Santa Igreja:
Se por ventura tornarmos a ser alvo de uma visita papal, encham as nossas caixinhas de correio, com fotos de Sua Santidade e mapas para o acontecimento, optem por anúncios radiofónicos , que tenham uma vertente de concurso e decorem o lugar do acontecimento com muitas luzinhas cintilantes e parece-me que assim o papa terá uma multidão à sua espera.
Já agora, ajudava também se oferecessem uns bons negócios, tipo umas absolvições sem penitência, um passe para chegar ao Céu sem ir à missa e...é claro, umas varinhas mágicas a um euro cada.
actualidade(492)
sociedade(145)
cultura(130)
Praia da Vitória(73)
praia da vitória(40)
desporto(37)
religião(8)
história(5)
sondagem(5)
Os meus links
Paulo Santos -Aeromodelismo na Terceira
BLOGS
AGREGADORES