Blog dedicado ao que, subjectivamente, influencie a ilha Terceira.
No Diário Insular de hoje, pode encontrar-se um artigo de opinião de Carlos Costa Neves, sobre o recente anuncio de emprego da base americana.
Deixo-o aqui na integra, pois é uma opinião digna de realce.
TODOS… MENOS PORTUGUESES!
“Podem candidatar-se cidadãos dependentes de militares ou de civis e, também, militares na reserva, desde que cidadãos dos Estados Unidos ou de outros estados membros da NATO (excepto de Portugal)”! Este é o título do “Anúncio de Emprego” publicitado pela “Base Americana”, sita nas Lajes, Ilha Terceira, Açores, Portugal! Até ver o anúncio com os meus próprios olhos, admiti que se referisse a postos de trabalho com especiais exigências técnicas ou de secretismo…
Li, reli e traduzi o anúncio, uma e outra vez. Não deixa dúvidas … exige que os candidatos estejam habilitados com o ensino secundário, falem inglês e tenham mais de dezoito anos de idade. As actividades a exercer são tão “diferenciadas e secretas” como Monitor de Tempos Livres, Caixa, Salvador Nadador, Tratador de Animais, Assistente de Consultório Veterinário ou Funcionário de Estação de Serviço. Quem quiser lidar com animais, não pode receá-los ou ser alérgico aos mesmos e tem de suportar pesos até os 22,5 Kg dos próprios animais ou das respectivas rações. Para alguns postos de trabalho, é exigida Carta de Condução e, para outros, “conhecimentos de matemática suficientes para fazer e registar transacções com dinheiro”. Todos têm de saber limpar as instalações onde pretendem trabalhar. A polivalência é, pois, palavra de ordem. A remuneração chega aos 9 Dólares/hora e o horário de trabalho às 40 horas semanais. Espanhóis, Italianos ou Britânicos são bem vindos… Portugueses é que não!
Não sei qual é o maior escândalo: se a atitude dos Americanos, se a condescendência do Governo Regional, se a indiferença do Governo da República, se o facto de tudo isto não ser tratado como escândalo nacional que, na realidade, é!
por: Carlos Costa Neves